quinta-feira, 15 de abril de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010
agora na Saúde Infantil do C.S.
_ Então, conta lá, como é que te chamas? Sabes o teu o nome todo?
O garoto, 4 anos, responde com ar maroto: _ Vitor Hugo.... Cardinalli!
O garoto, 4 anos, responde com ar maroto: _ Vitor Hugo.... Cardinalli!
quarta-feira, 10 de março de 2010
cena de consulta no centro de saúde
chega uma senhora com 70 anos, e o marido com 72.
ela, muito anafada, soprando entre as palavras a angústia de não conseguir convencer o marido a cumprir as indicações do médico:
_Senhor doutor, veja lá que aqui há dias tive até de o acordar para lhe dar o zolpidem.
ela, muito anafada, soprando entre as palavras a angústia de não conseguir convencer o marido a cumprir as indicações do médico:
_Senhor doutor, veja lá que aqui há dias tive até de o acordar para lhe dar o zolpidem.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Coisa de gente crescida
Dia de Carnaval.
Faço birra com a tese. Parece-me um mostrengo, que é uma quimera esquisita e órfã. E eu não quero adoptá-la.
Oh não.
Descalço-me. E solto a alma na percussão.
domingo, 24 de janeiro de 2010
primeiras impressões
Encontro na cidade "amarela", como lhe chama a T, o conforto de caminhar nas calçadas _ onde o vento frio faz doer as bochechas _ e a calma de um lugar tranquilo e quente, dentro de portas.
Há dias visitei pela primeira vez a biblioteca da Universidade de Évora. Tem frescos no tecto, são anjos rosados, levando lenços com mensagens em Latim. E as mesas são de madeira escura, com candeeiros de abat-jour verde. Já é hora de passar algumas horas seguidas na companhia do mr. Harri, vulgo o "bicho", para a ortónima. Foi a minha primeira vez, a sério. E correu bem.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
uma história pequenina
Encontro um homem com Parkinson, com a marcha típica destes doentes, à porta do serviço onde tenho vindo a trabalhar desde há 3 meses para cá. Está perdido, mas não desorientado (esta palavra entrou oficialmente no meu dicionário de jargão médico, pese embora a simplicidade com que o utilizo enquanto vocábulo do senso comum). Pergunta onde está o Dr. M., que tem tonturas e a tensão alta, e o dr. recebe-o sempre. Digo-lhe que ele não trabalha neste serviço, e pergunto à secretária onde pode encontrá-lo. "Está nas Urgências", diz ela. Penso para mim, como vai este senhor, com ar de quem está quase a cair para o lado, ter com o tal Dr da sua confiança, por corredores confusos, cheios de gente apressada? Decido levá-lo lá, eu até estava de saída.
O senhor tenta apressar o passo, diz que não me quer tomar mais tempo, mas apercebo-me da dificuldade que tem nos movimentos e ando propositadamente mais devagar. Chegamos às Urgências e peço à secretária para avisar o Dr. M. que está ali o senhor para falar com ele.
O senhor deseja-me saúde para mim e para os meus, e diz que lhe faço lembrar a neta, enfermeira noutro hospital.
Só não lhe disse eu que ele me fazia lembrar o meu avô.
Saí a pensar que não tirei a sonda nasogástrica que tanto incomodava o Sr. A (um doente internado, que à custa disso me perguntou se não tinha coração), mas ajudei este senhor.
Ele há cada sublimação!
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