sexta-feira, 15 de junho de 2007
Innsbruck - parte 2
Os edifícios obedeciam a uma ordem de alturas que respeitava a visao da cidade. As montanhas impunham-se com a importancia com que se erguiam do piso térreo. Lá de baixo, podíamos aspirar a encontrar o topo. Talvez tenha sido por isso que a ordem tenha sido assim acordada: um eterno desejar, um querer alcanCar que nunca acaba, e a consciencia da medida humana. Do outro lado dos Alpes tirolenses, outras gentes podiam vir a qualquer momento. Estranhos de línguas outras, que em comum com os innsbruckenses só tinham o almejo por aquela regiao.
Mais arte. Mais música. Mais danCa.
Porque nao homenagear um sítio de troca multicultural com a expressao mais completa desse mistério cósmico-existencial?
Um braCo de Innsbruck, que vinha do cerne. Os prédios coloridos, as peCas douradas pendendo das paredes, incrustadas em janelas, acenando dos interiores, lembrando tempos em que o imperador passeava, por vezes, pelas ruas.
Mas o dourado nao chega para exaltar a glória de outros tempos, com governantes emblemáticos. A neve persiste, e é Verao. E quando desaparecer (SE desaparecer, este ano), haverá a reputada escultora de cristais, a Swarovski, para recordar (ou lembrar, melhor) o brilho natural da obra de arte natural congelada.
Sim, é daqui que provEm essas peCas maravilhosamente trabalhadas. Eu sou uma estudante, uma voluntária, uma viajante, nao tenho dinheiro nem espaCo para adquirir qualquer peCa deste tipo (e convenhamos, nao me serviria de nada te-la, nao queria ficar em casa a admira-la...). Mas trouxe de lá o que precisava: a imagem, o sonho, as viagens interiores que aquelas pequenas esculturas me provocaram. Mas nao as quero, materialmente falando.
E aqui ao lado, o ex-libris de Innsbruck: Goldene Dachl (Telhado Dourado). Daqui, o imperador Maximiliano observava a sua cidade preferida, que escolheu para centro da sua administraCao. Activamente marcando o século XV europeu, daquela janela acenava à populaCao.
Também os Habsburgos gostavam de passar temporadas por aqui, tendo a imperatriz Maria Theresia construído o Arco do Triunfo e ampliado o Palácio Hofburg.
Este é uma arcada especial: ao longo da sua estrutura, tem uma cavidade de superfície tipo cilíndrica. Se de um lado estiver alguém a segredar, baixinho, algo, (à esquerda, a Ezgi, turca), e outro do lado oposto aproximando o ouvido da cavidade ( à direita, o Erhan, turco), consegue escutar-se perfeita e claramente o que se diz. Até é mais bonito: os sons tEm uma qualidade diferente, parece que as sílabas sao bem articuladas, quase que se come o que se ouve.
Os outros, que estao do lado da rua, sao da esquerda para a direita: Anna (UK), Dennis (Bielorrússia), Thomas (Hungria), Katrina (Rússia), Abi (UK).
Uma das noites, num bar. Da esquerda para a direita,: Anna (UK; voluntária na Greenpeace em Viena), Tom (Alemanha, voluntário numa instituiCao de acohimento, reintegraCao social e redireccionamento de jovens em risco no Liechenstein), Abi (UK, voluntária numa escola em Viena, fala ingles com os miúdos, como native speaker, para motiva-los a aprender a língua), Sonja (Rússia, voluntária numa ONG que organiza eventos para jovens, está a aprender para implementar no seu país alguns projectos).
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Innsbruck - parte 1
Cidade ligada à personalidade de Maximiliano. E aos cristais polidos como se cisnes que quase quebram a vista com o brilho, antes de se mostrarem eles delicados em si.
Bela, com as montanhas nevadas no topo, em pleno Junho.
E as casa típicas, a madeira escura em metade.
A Midle Term Training Session decorreu aqui. Havia montanhas atrás, a cidade pela frente, avistando os tres países fronteiriCos. Ao lado, uma torre erguia-se de um terreiro circular. Chamam-lhe qualquer coisa como "A torre da fome"...e as explicaCoes para este nome variam desde a possibilidade de ter servido como prisao solitária a ser uma torre de vigia de difícil acesso, mas visao priveligiada . (Lembrar a situaCao geográfica: as ameaCas eram muitas...)
Vienna (again)
Uma loja de artigos em 2a. mao.
É um conceito da CARITAS austríaca, que associa múltiplas vantagens para múltiplos interessados. Aqueles que se querem livrar de produtos / bens que já nao utilizam, mas que podem ser aproveitados, nao tendo de pagar pelo seu tranporte para as lixeiras; os consumidores, que adquirem estes bens por um preCo muito menor que o normal no mercado convencional; aqueles que recebem o dinheiro das receitas da venda (os mais desfavorecidos e / ou intituiCoes de acCao social); as lixeiras, que deixam de estar atoladas com coisas que podem funcionar como novas, se reparadas, ou ser restituídas da sua importancia utilitária se nao se olhar ao facto de nao serem um artigo de último "grito-da-moda".
Aqui, ao lado, máquinas de escrever. TRES euros.
"Volei de praia", disseram.
Bom, "praia", ou areia...
Mas foi bom, na mesma. Havia cerejeiras prenhes, à espera de nos presentear com aqueles frutos. Foi só colhe-los. E come-los. (A agricultura biológica tem destas coisas: é muito mais seguro comer a casca dos frutos sem pensar na carga monstra de pesticidas / fertilizantes que uma suposta saudável fruta possa ter)
A acrescer, o facto de ter sido num eco-settlement, a Norte de Viena. Deu para ter uma ideia de como as coisas funcionam neste tipo de comunidade. E devo dizer que me senti bem por lá.
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